segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quando tinha dezesseis, dezesste anos, ela gostava de uma metáfora; tera sido inventada por ela mesma, ela a teria ouvido, lido? pouco importa: queria ser um perfume de rosa, um perfume que se difundisse, que conquistasse, queria atravessar assim todos os homens e, pelos homens, envolver a terra inteira. Perfume difusor de rosa: metáfora da aventura. Essa metáfora apareceu no início de sua vida adulta como a romântica promessa de uma promiscuidade doce, como um convite para uma viagem através dos homens. Mas, por natureza, não era uma mulher nascida para mudar de amantes...

Milan Kundera em A Identidade.